Em ano de conquista do 11º título estadual e eleição, Operário completa 80 anos
Um dos clubes mais tradicionais de Mato Grosso do Sul, o Operário completa nesta terça-feira (21) 80 anos de história. Ainda em festa pela conquista do 11º título estadual nesta temporada, o clube tem justamente na data de aniversário um processo eleitoral marcado, devendo reeleger a chapa encabeçada por Estevão Petrallás por mais quatro anos.
Com uma única chapa inscrita para concorrer à direção do Galo, os sócios entre as 10h e 14h no Clube Campestre Ypê para aclamar o grupo que segue tendo como presidente Petrallás. Desta vez, no entanto, o atual mandatário deverá ficar poucos meses no cargo, já que a partir de janeiro de 2019 assume a vice-presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) e deixará o cargo no alvinegro para o vice Coronel Nelson Antonio da Silva.
Durante a temporada de 2019 – que o clube disputará, além do Campeonato Sul-Mato-Grossense, a Copa do Brasil, Série D do Campeonato Brasileiro e Copa Verde –, Petrallás ainda deverá atuar nos bastidores do clube como diretor de Futebol, devendo se afastar completamente para a FFMS após o torneio estadual.
História
Fundado em 21 de agosto de 1938 por operários da construção civil, o Galo surgiu com o objetivo de derrubar barreiras políticas e sociais de um país que vivia um período de mudanças dentro do chamado Estado Novo. Liderado pelo pintor Plínio Bittencourt, o clube surgiu da união de forças de cidadãos comuns que buscavam dar vazão aos seus anseios em prol de uma sociedade onde o futebol pudesse ser acessado pelas classes populares, já que no período o mesmo era um esporte da elite brasileira.
O clube se profissionalizou na década de 1970, conquistando seus primeiros títulos em meados da referida década. No fim dos anos 70 e início dos anos 80, o Operário fez boas campanhas nos seguidos Campeonatos Brasileiros que disputou, sendo considerado pela imprensa e adversários da época a primeira e grande força nacional do futebol do interior do Brasil.
Tricampeão mato-grossense (1976/1977/1978), o clube seguiu com sua hegemonia estadual quando Mato Grosso do Sul foi criado. No Campeonato Brasileiro de 1977, dirigido por Carlos Castilho, realizou uma das melhores campanhas de um clube do Centro-Oeste na história do Campeonato Brasileiro: terceiro lugar na classificação final. Tendo o goleiro Manga, que disputara a Copa de 1966 como destaque, o time despachou durante as quatro fases do campeonato equipes como Coritiba, Fluminense, Santa Cruz, Remo e Palmeiras, chegando nas semifinais contra o São Paulo, perdendo o primeiro jogo e ganhando o segundo, acabando eliminado pelo saldo de gols.
Em 1982, o clube foi convidado a representar o Brasil na Taça do Mundialito President Cup com dez clubes de vários continentes, sendo campeão após bater o alemão Bayer Leverkusen na final por 2 a 0, título considero por muitos como o mais importante da história do clube. Cinco anos depois, o Galo foi à glória nacional também, vencendo o Módulo Branco do Campeonato Brasileiro sobre o Paysandu/PA.
A partir de 1987, com a criação do “Clube dos 13”, equipes de porte médio, como o Operário, ficaram de fora da elite do futebol nacional. Começou aí a decadência do Galo e o esvaziamento dos torcedores no Morenão. Nos anos seguintes o Operário se tornou o maior Campeão Sul-Mato-Grossense de futebol ganhando os títulos de 1988,1989,1991,1996 e o seu último campeonato no ano de 1997 até a conquista deste ano.
Operário F.C Campeão Brasileiro de 1987 (Módulo Branco - Série B)
A década de 2000 veio para ser traumática aos alvinegros. Após anos sem conquista, em 2009 o Galo amargou o primeiro rebaixamento de sua história, disputando no ano seguinte a Série B estadual, onde não conseguiu o acesso em campo, porém retornou à elite estadual após a desistência Costa Rica. Sem planejamento, o clube voltou a ser rebaixado em 2011.
Com a mudança da diretoria em 2014, o Galo conseguiu o retorno à Série A estadual no ano seguinte, voltando a disputar a primeira divisão em 2016, quando chegou às semifinais. Em 2017, novamente alcançou às semifinais e voltou a disputar um torneio regional, a Copa Verde, fato que também aconteceu em 2018, quando após quase 21 anos, superou o Corumbaense na decisão e conquistou o 11º título estadual, mantendo-se como o maior vencedor de Mato Grosso do Sul e garantindo um calendário cheio em 2019.
Capitão Rodrigo Grahl levanta o 11º título estadual do Operário F.C neste ano de 2018
* Colaborou - Gian Nascimento - site Capital News - Fotos Arquivos