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Operário é Bicampeão do Campeonato Sul-Mato-Grossense Feminino de forma invicta

Galo bate a SERC por 2 a 1 e pela primeira vez na história do clube, garante os títulos estaduais nas categorias masculino e feminino adulto no mesmo ano
Por: 
Lucas Mendonça Fotos: Anderson Ramos
30/11/2022

 

No último domingo (27) no estádio das Moreninhas, o Operário venceu a Sociedade Esportiva e Recreativa Chapadão (SERC) por 2 a 1 na final do Campeonato Sul-Mato-Grossense Feminino. Com gols das artilheiras Brenda e Ana Jéssica, o Operário é campeão estadual pelo segundo ano consecutivo de maneira invicta e com a melhor campanha da competição.

 

Campanha invicta até a final

 

Antes da bola rolar na grande decisão, o Operário Futebol Clube entrou em campo disposto a defender não somente o título de 2021, como a melhor campanha da história do clube no Campeonato Sul-Mato-Grossense Feminino. Com números impressionantes e ainda mais significativos se comparados com os do título do ano passado, as meninas do Galo chegaram para partida decisiva contra a SERC, com a melhor campanha da primeira fase. Na fase de grupos, o Alvinegro conquistou 4 vitórias em 4 jogos e terminou na liderança da chave B com 12 pontos. Vale ressaltar ainda, o bom futebol apresentado pelas operarianas tanto no jogo coletivo como na obediência tática, elementos que fizeram da equipe a mais eficiente do estadual com 42 gols marcados (média superior a 10 gols por partida) e a defesa menos vazada, ficando ilesa durante toda a fase inicial do torneio.

 

A decisão

 

O estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas, foi o palco escolhido para receber a finalíssima do Campeonato Estadual Feminino que foi disputada entre Operário e SERC em jogo único. As duas agremiações pisaram no gramado para realizar a última batalha em busca do “caneco” e estavam predispostas a manter as campanhas invictas e o retrospecto de 100% de aproveitamento na edição 2022.

 

Apesar da imensa expectativa para o confronto decisivo, os 2 times tiveram atuações discretas na primeira etapa que não saiu do zero. Devido ao forte calor com os termômetros batendo acima dos 30 graus no horário da partida e ainda prejudicadas pelas condições ruins do gramado, as atletas tinham dificuldades de criar jogadas e o primeiro tempo teve muito mais transpiração do que inspiração.

 

 

As melhores oportunidades criadas surgiam nas bolas paradas e foi assim, que o Operário criou a chance mais clara antes do intervalo. Em cobrança de falta ensaiada, Bia lançou rasteiro para Marielle que cruzou de primeira, a zaga da SERC afastou parcialmente e a bola sobrou para Alessandra que dominou e chutou rasteiro, mandando a bola rente à trave direita da goleira Mirela.

 

 

Na volta dos vestiários, o embate pegou fogo e ganharia tons de dramaticidade com o clima esquentando também dentro das quatro linhas.  Logo aos 5 minutos, Marielle fez falta em cima de Maysa na entrada da área, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulsa. Por incrível que pareça, com a ausência da lateral esquerda, as meninas do Galo se reencontraram dentro de campo e passaram a controlar as ações no segundo tempo. Não demorou muito, apenas 11 minutos, para o árbitro Evandro da Silva Santos voltar à cena e mostrar novamente o cartão vermelho, dessa vez, punindo a meia Dani da SERC com o segundo cartão amarelo após entrada desproporcional sobre Larissa.

 

 

O técnico Julianderson falou sobre a partida e da postura tática do time que precisou se reorganizar com duas linhas de 4 jogadoras, deixando apenas a centroavante Ana Jéssica como referência no ataque. " Nós estávamos esperando um jogo muito difícil, amarrado, o campo não estava ajudando, então, virou uma opção a bola alta. E quando a gente teve uma atleta expulsa é natural o outro time querer atacar e parou um pouco de ter aquela amarração de jogo e a gente começou a querer jogar mais. Quando teve a expulsão delas, aí equilibramos e sobrou mais espaços no campo, conseguimos chegar com a bola no chão, conseguimos fazer um jogo bonito, com poucos chutões, sempre saindo jogando e foi um belo espetáculo como já era esperado entre essas duas equipes que vem fazendo história no MS", disse o treinador após o apito final.

 

Com o passar do tempo, o jogo ficou menos truncado e mais aberto ganhando em qualidade e emoção nos instantes finais. Aos 32 minutos, Aninha que havia entrado no lugar de Márcia Eduarda, recebeu passe na entrada área e foi derrubada pela zagueira Bruna. Bia cobrou a falta direto para o gol, a bola bateu no travessão e em seguida tocou em Brenda antes de entrar, 1 a 0 Operário. A SERC não sentiu o gol e respondeu logo na sequência, na chamada bola “bandida” em uma cobrança despretensiosa de falta. Aos 35 minutos, Yasmim cobrou falta no meio de campo em direção ao gol, Alessandra afastou parcialmente, mas a bola ficou “viva” dentro da área e sobrou para Thay que dominou de direita e arrematou de esquerda, para deixar tudo igual, 1 a 1.

 

O primeiro gol sofrido pela defesa operariana, não abateu a equipe que seguiu de cabeça erguida e propondo o jogo. Aos 37 minutos, Bia recebeu passe de Larissa e lançou a bola no costado da zaga adversária para Ana Jéssica. A centroavante arrancou e chegou na frente da defesa, mas quando tentou driblar a goleira Mirela foi derrubada pela arqueira dentro da área, penalidade máxima. A própria camisa 9 assumiu a responsabilidade da cobrança e bateu forte, inapelável, à meia altura, para anotar o décimo quinto gol dela no estadual, 2 a 1 Operário.

 

 

Após o segundo gol, as meninas do Galo jogaram com mais tranquilidade e mantiveram a calma para valorizar a posse de bola e segurar o resultado até o final. A torcida operariana fez a diferença durante os 90 minutos atendendo ao pedido das jogadoras e membros da diretoria e fez uma bonita festa para comemorar a conquista do Operário Bicampeão Sul-Mato-Grossense Feminino. A artilheira do estadual e autora do gol do título, Ana Jéssica falou sobre a final e da experiência de jogar com o apoio da torcida.

 

"Primeiramente agradecer a Deus e a essa torcida maravilhosa. Eu falei que era muito importante o apoio deles. Acho que a artilharia não seria nada sem o título né? Então, eu acho que o título foi a cereja do bolo e a artilharia é o de menos, o que importa é o título e a gente merece demais. Foi um jogo difícil, ficamos com um a menos, mas a gente é guerreira a gente foi até o final e graças a Deus pude fazer o gol da vitória", ressaltou Ana Jéssica após o final da partida.

 

 

No fim, o equilíbrio do elenco fez a diferença na trajetória invicta das meninas do Galo que levantaram a taça de maneira incontestável. As goleiras Lali e Iza foram as menos vazadas da competição e sofreram apenas 1 em 5 partidas, já o ataque fulminante chegou a marca de 44 gols, metade deles marcados pelas atacantes Ana Jéssica (artilheira com 15 gols), Brenda (vice artilheira com 9 gols) e Bia que além de marcar 6 gols no estadual, ainda foi importante participando dos dois lances que originaram os gols da decisão.

 

Elenco Operariano Bicampeão Sul-Mato-Grossense Feminino

1- Iza (g), 2-Márcia Eduarda, 3- Alessandra, 4- Aninha, 5-Brenda, 6-Marielle, 7-Jennifer, 9-Ana Jéssica, 10-Larissa, 11-Bia, 13-Bahia, 15-Amanda Vitória, 16-Amanda Santos, 17-Maylene, 18-Suzy, 19-Karol Alves (c), 22-Lali (g), 24-Tetê. (Relacionas para final). Partcipantes da campanha: Paulina, Thamires, Ludmila, Karina, Marjore, Herica e Fernanda. 

Comissão Técnica: Julianderson Técnico,  Marcelo Fisioterapeuta, Edgar diretor, Juninho Rouparia, Henrique Preparador de Goleiras, Souza Preparador físico.

 

Essa foi a primeira vez na história que o Operário levantou o troféu do estadual nas duas categorias (masculino e feminino) e com a façanha o clube vai representar Mato Grosso do Sul no Campeonato Brasileiro da Série A3 em 2023. O técnico que comandou o elenco operariano no campo, Julianderson, entrou para galeria dos treinadores mais novos a se tornar campeão pelo Operário e fez questão de agradecer a presença do público, analisando ainda, o desempenho do grupo durante a temporada.

 

"Agradecer a todos que compareceram, meus familiares, minha namorada Janaine, a torcida do Operário e a presença (deles) no nosso esporte feminino que vem crescendo muito. Sempre estamos competindo nas melhores ligas tanto no futsal tanto no campo, sempre somos bem vistos lá fora. Com 25 anos, desde de que eu parei de jogar eu comecei a me especializar e eu acho que eu entro para história junto com o Operário nessa caminhada. Foram mais de 25 dias trabalhando todos os dias de manhã e à tarde, se entregando de verdade para o estadual. Essas meninas são merecedoras de tudo, essa campanha é irretocável, temos mais de 4 jogos e só um gol tomado, então eu acho que concluímos muito bem esse objetivo e fechamos com chave de ouro". Finalizou Julianderson após a final do campeonato.